"Os sintomas da hipernatremia (hiperosmolaridade) são primariamente neurológicos. Os achados mais precoces são a letargia, astenia e irritabilidade, que podem, depois,
progredir para convulsões, coma e morte nos casos graves.
A gravidade destes sintomas está relacionada não só com o grau de hiperosmolaridade, mas, mais importante ainda, com a velocidade com que esta se instalou. Os sintomas são devidos às alterações no conteúdo da água cerebral.
Em resposta à hipertonicidade, a água move-se do compartimento intracelular para o compartimento extracelular.
No entanto, esta desidratação cerebral é transitória, já que se iniciam mecanismos de adaptação em duas fases, uma, mais rápida, que ocorre em poucas horas, e outra, mais
lenta, que ocorre em alguns dias.
A saída aguda de água do cérebro provoca uma rápida entrada de electrólitos para a célula cerebral, com consequente entrada de mais água para o seu interior.
A esta resposta segue-se uma fase adaptativa mais lenta, na qual há acumulação de osmolitos no interior dos neurónios, isto é, solutos orgânicos que, pelo seu poder osmótico, levam à entrada de água para o interior da célula cerebral, possibilitando a saída dos electrólitos, assim se restabelecendo o volume da célula cerebral.
Os principais osmolitos desta fase adaptativa são os aminoácidos glutamina, glutamato e inositol, e provêem quer do fluido extracelular, sendo captados para o interior da célula, quer da degradação proteica intracelular.
Assim sendo, a hipernatremia crónica, de instalação lenta, pode ser assintomática, sendo
a hipernatremia aguda, pelo grau de desidratação celular que provoca, que causa sintomas."
Trecho retirado do Artigo: "Hipernatremia: uma revisão"
Artigo completo em:
http://www.fcmmg.br/lat/arquivos/Biblioteca/hipernatremia.pdf
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