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Criança com 3 anos de idade, portadora de anemia falciforme, foi avaliada no pronto-socorro com quadro de palidez, hioatividade e dor abdominal nas últimas 24 horas. Ao exame físico mostrou-se consciente, descorada +++/4, FR=32 ipm, FC = 150 bpm, pulsos periféricos finos,icterícia conjuntival +/4+, pulmões sem alterações. Coração: bulhas rítmicas, taquicárdicas com sopro sistólico +/6+, abdome globoso, doloroso em hipocôndrio esquerdo, sem sinais de peritonite, fígado a 3 cm do rebordo costal direito e baço a 7 cm do rebordo costal esquerdo. Trata-se de:
a) crise de vaso oclusão mesentérica;
b) síndrome torácica aguda;
c) crise de aplasia medular;
d) crise de seqüestro esplênico;
e) colecistite aguda.

Alternativa D

Estamos diante de uma criança em idade pré-escolar com anemia falciforme. Esta criança
li evoluiu com um quadro hiperagudo (há 24h) de instabilidade hemodinâmica (pulsos periféricos finos, taquicardia
II acentuada) associada à anemia severa. Antes de considerarmos o seu exame clínico, já surge uma hipótese
I diagnóstica: crianças falcêmicas entre 6 meses e 5 anos podem desenvolver (com uma certa freqüência) uma
I1 grave complicação da doença - a crise do seqüestro esplênico. Cursa exatamente assim, com piora súbita da
'I anemia, instabilidade hemodinâmicae aumento súbito e doloroso do baço... Vejamos como isto ocorre... O baço
I1 é o primeiro órgão a sofrer na história natural da anemia falciforme, justamente por conter um ambiente tecidual
bastante propenso ao afoiçamento das hemácias (hipóxia, acidose). Antes dos 5 anos de idade, é comum a
esplenomegalia na doença, decorrente da hemólise crônica (hiperplasia dos macrófagos cordonais) e da obstrução
parcial do leito venular, prejudicando a drenagem sangüínea do órgão. Até esta idade, pode ocorrer um tipo de
'crise de afoiçamento' na qual as hemácias "entopem" completamente a drenagem venosa do órgão. A conseqüência
imediata é o aumento súbito do baço, com dor abdominal importante, hipovolemia e anemia. Na verdade, boa
parte da volemia está "seqüestrada" notecido esplênico, sem nenhum tempo hábil para uma adaptação cardiovascular.
Esta crise deve ser tratada prontamente, caso contrário pode ser fatal! A criança deve ser internada na Emergência
e logo receber reposição de cristalóides e hemotransfusão. É importante que seja frisado o conceito da faixa etária:
a partir dos 5 anos de idade, o baço começa a diminuir de tamanho, tornando-se primeiramente endurecido, depois
impalpável e, finalmente, atrofiado. O afoiçamento repetido de hemácias provoca pequenos infartos esplênicos,
culminando na fibrose progressiva do órgão.







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